Equilíbrio a favor da vida


Quem é mãe sabe que, às vezes, é necessário  abrir mão de algumas coisas por conta dos filhos.

Para a dermatologista, especializada em cânceres da pele, Cristiane Benvenuto, a oncologia passou a fazer mais parte de sua vida do que imaginava. E aproximou-a ainda mais de sua família.

A médica, que atua na área há mais de 10 anos, descobriu, em janeiro de 2011, que o filho Lorenzo – hoje com 18 meses – estava com retinoblastoma. Conhecida popularmente como “doença do olho de gato”, trata-se de um tipo de câncer na retina que atinge principalmente crianças até os cinco anos de idade.

Cristiane e o marido perceberam que o bebê estava ficando estrábico e que ele ficava incomodado quando tapavam um dos olhos. Imediatamente procuraram pelo médico e receberam o diagnóstico da doença. “Minha vida mudou completamente. Decidi me afastar da gestão do serviço de oncologia e do consultório. Busquei um equilíbrio maior em minha vida pessoal, dedicando mais tempo aos meus filhos, à minha saúde e à espiritualidade”, ressalta a mãe de Lorenzo.

Lorenzo, na época do diagnóstico, em janeiro de 2011. Até os cinco anos, a pupila branca, que se destaca ao tirar fotos, pode ser sinal da doença
Essa decisão, à princípio difícil para Cristiane, proporcionou a ela um novo momento profissional. Em vez de atender pacientes em situações parecidas, ela invadiu as mídias sociais com o objetivo de levar aos pacientes, mais informações sobre essa e outras doenças. “Há muita informação inadequada circulando pela internet. Precisamos de profissionais que ajudem a quem está doente”, acrescenta.

Além de Twitter e Facebook, a médica tem, também, um blog sobre retinoblastoma e saúde em geral. Fora das redes sociais, ela mantém contato com pais de crianças, também, portadores da doença. Nesses encontros, eles trocam experiências que, com certeza, levarão para toda a vida. “Quando se está próximo a alguém com câncer é preciso ajudar a pessoa para que tome a melhor decisão. Nem tudo o que acreditamos ser correto ou o mais adequado pode ser o melhor para ela. Eu resisti inicialmente, mas só tive alegrias quando decidi compartilhar a minha história e abri a porta para meus amigos. O isolamento dificulta as coisas. Hoje, me sinto grata pelo apoio recebido”, conclui Cristiane.

Dúvidas sobre a doença podem ser esclarecidas no blog sobre retinoblastoma criado pela médica. 


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