Quanto vale o sorriso de uma criança?

Há quase três anos, meu filho realizou uma cirurgia simples. Ficou apenas um dia no hospital, mas foi o suficiente para que ficasse assustado. Até que um palhaço abriu a porta do quarto e entregou a ele um certificado de coragem. Algo lúdico e simples, mas que ajudou naquele momento.

Isso aconteceu em apenas um dia de internação. Agora, imagine como é a vida de crianças que passam dias e noites intermináveis nos hospitais. Só mesmo uma boa dose de carinho para passar o tempo. Nessas horas, entra em ação Valdir Cimino, um publicitário pra lá de criativo: o Forest Gump dos hospitais brasileiros.

Há 20 anos, quando morava em Nova York, Cimino trabalhava para um hospital em que lia para um paciente. No mesmo ano, voltou ao Brasil e, nas folgas da agência de publicidade, fazia doações de brinquedos, materiais escolares e leite às crianças do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.

Alguns anos depois, em vez de entregar materiais, ele resolveu se entregar e percebeu que poderia trazer o aprendizado do hospital americano para São Paulo. Cimino passou a ler para as crianças. “A ideia deu tão certo que, em seis meses, vários de meus amigos se envolveram, depois os amigos dos amigos. De repente, nosso trabalho saiu na mídia”, comemora o publicitário.

Com a divulgação, em 1997, Cimino deu início à Associação Viva e Deixe Viver. Desde o início, o objetivo desse contador de histórias é estimular a leitura entre as crianças e levar um pouco de carinho a quem convive com a frieza dos hospitais. Por meio de um trabalho sério e respeitado, hoje são 1,2 mil voluntários em oito estados brasileiros, com atuação permanente em 83 hospitais.

Nesses 20 anos, além de contar histórias, o publicitário ganhou muitas outras para contar. “Conhecemos uma garota na AACD aos cinco anos de idade. Por meio da leitura, contribuímos na alfabetização dela. Hoje, aos 19 anos, ela é fã do Viva. Para nós, esse é mais um bom exemplo de transformação e paixão”, completa.

E voltando à pergunta do blog do quanto vale o sorriso de uma criança, ninguém melhor do que o próprio Cimino para responder. “É preciso ter consciência do que se deseja fazer, compromisso e constância da ação. Só assim você terá a oportunidade de perceber a mudança que tem conseguido, mas principalmente no seu interior”, conclui o publicitário.

Para conhecer o trabalho desenvolvido pela Associação Viva e Deixe Viver e, quem sabe, se tornar um contador de histórias, clique aqui.

Foto: Renato Stockler